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| ::Poltrona R:: |
| Du Bi Quan Wang Da Poe Xue Di Zi / The One-Armed Boxer II |
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Título(s) Alternativo(s): Master of the Flying Guillotine, The One-Armed Boxer Vs. The Flying Guillotine
Título Nacional: O Mestre da Guilhotina Voadora
Direção: Jimmy Wang Yu
Elenco: Jimmy Wang Yu, Kam Kong, Doris Lung, Lau Kar Wing
Ano: 1974
País: Hong Kong
Duração: 93 min
Sinopse: Quando dois de seus discípulos são mortos pelo famoso revolucionário conhecido como o Boxeador de um Braço, o monge cego Fung Sheng parte em uma jornada em busca de vingança, levando consigo a lendária guilhotina voadora. |
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Quando Raymond Chow saiu da Shaw Bros. para fundar a Golden Harvest ao lado de Leonard Ho utilizando a infra-estrutura do antigo estúdio Cathay, ele sabia que precisava de muita munição para enfrentar de igual para igual o estúdio onde fez carreira e, como Bruce Lee ainda não havia pintado no pedaço, resolveu tirar dos Shaw seu maior nome até então, Jimmy Wang Yu, o primeiro superstar do kung-fu. Wang Yu, vocês sabem, ficou famoso inicialmente com os dois primeiros filmes da série O Espadachim de um Braço, de Chang Cheh, e com O Boxeador Chinês, o filme que definiu o estilo dos filmes de kung-fu que conhecemos.
Embora tivesse mais pinta de pasteleiro ou dono de lavanderia e que não fosse lá um grande ator/lutador (na verdade ele era campeão de natação), Wang Yu era um cara muito esperto pois saiu da Shaw Bros. para fazer seus próprios filmes de maneira independente, o primeiro distribuído pelo próprio Chow, sob o título de O Boxeador Chinês de um Braço (The Chinese Professionals nos EUA), não por acaso uma reciclagem dos temas que o tornaram famoso. Assim ele entrou para a história, não apenas por ter definido gêneros, mas como o pioneiro do cinema independente de Hong Kong, ao lado de Ng See Yuen, que produziu e dirigiu na mesma época outro clássico, Bloody Fists, e que depois fundaria a mais amada produtora independente da época, a Seasonal.
Pois bem, até agora não falamos do filme do dia, vamos lá. O Mestre da Guilhotina Voadora é a continuação de O Boxeador Chinês de um Braço, onde Wang Yu interpreta o personagem-título, um famoso revolucionário Han inimigo do governo Manchu (assim como 70% dos heróis de kung-fu) com habilidades "especiais" que nenhum super-herói da Marvel poderia questionar. O guerreiro agora é um mestre numa escola de artes marciais que incentiva seus alunos a assistir um torneio de luta que irá ocorrer na região, um dos pais de vários outros filmes de competição que surgiram depois, desde Operação Dragão até O Grande Dragão Branco.
A trama demora pelo menos uns 50 minutos para começar já que o filme se foca por muito tempo no interessante torneio, cheio de lutadores exóticos, como um lutador japonês com pinta de mafioso e um mestre de ioga que estica os braços (o quê, você pensou que a Capcom tinha inventado sozinha o Dhalsim no game Street Fighter II?). Se você estivesse lendo alguma revista chata de cinema esta seria a hora de ver xenofobia no filme, falhas de caráter nos personagens e afins, mas, que diabos, o que importa mesmo é que no meio da diversão aparece o velho monge cego Fung Sheng arrancando a cabeça de um lutador com a famosa (e mostrada anteriormente em duas fitas da Shaw Bros.) guilhotina voadora, uma espécie de frisbee amarrado a uma corrente que arranca a cabeça dos mais azarados, criando no processo um som que mais parece uma turbina de avião! É o momento onde o herói maneta, até então apenas espectador das lutas, vira caça do velho monge e de várias outras figuras estranhas que resolvem acertar as contas. A partir daí a coisa realmente deslancha, com muita porrada e cenas antológicas, em especial a que Wang Yu anda pelas paredes, fazendo inveja ao Homem-Aranha!
O Mestre da Guilhotina Voadora é daquele tipo de filme que muda os conceitos de muita gente, pois, por mais que alguém odeie fitas de kung-fu, não há como passar imune a tanta energia e criatividade (alguns diriam insanidade), ultrapassando as limitações de um orçamento nitidamente modesto. É para assistir e virar fã, mesmo com um herói que tenha mais cara de cozinheiro do que de mestre de uma arte mortal. |
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