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| ::Sala de Tiro:: |
| Sheng Gang Qi Bing / Long Arm of the Law |
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Título(s) Alternativo(s): The Long Arm of the Law
Título Nacional:
Direção: Johnny Mak
Elenco: Wai Lam, Jing Chan, Jian Huang, Jiang Lung
Ano: 1984
País: Hong Kong
Duração: 100 min
Sinopse: Quadrilha formada por ex-soldados do exército chinês viaja para Hong Kong com o objetivo de roubar uma grande joalheria e voltar para o continente em 48 horas, mas tudo começa a dar errado e ela começa a ser caçada pela polícia. |
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Muitos que curtem filmes como Fervura Máxima ou The Killer - O Matador, de John Woo, ou À Flor da Pele e Perigo Extremo, de Ringo Lam, não fazem idéia que este ciclo, conhecido popularmente como heroic bloodshed, não nasceu do nada na cabeça desses dois grandes cineastas. O caminho foi pavimentado por dois filmes pouco lembrados do comecinho da década de 80, primeiro por Coolie Killer (1982), de Terry Tong, e principalmente pelo nosso filme de hoje, The Long Arm of the Law (1984), de Johnny Mak.
A trama gira em torno de um grupo de trabalhadores da China continental, todos aparentemente ex-soldados, que se cansa da vida sofrida do campo e resolve tentar a sorte assaltando uma grande joalheria em Hong Kong. O plano era perfeito e o dinherio do roubo (cerca de US$30 mil para cada) seria o suficiente para que todos tivessem uma vida luxuosa no continente (em determinado momento um deles conta que precisaria trabalhar 100 anos para conseguir tal quantia), mas o amadorismo acaba por condená-los.
O filme foi uma aposta arriscada de Sammo Hung, que produziu a fita para a Golden Harvest, num período que os clássicos filmes de artes marciais já estavam em declínio e novos gêneros precisavam ser explorados. E deu certo, o filme foi um grande sucesso de bilheteria. Nunca o cinema de Hong Kong havia visto um filme policial tão realista, bruto, sombrio. Ao contrário de muitos heróis de Woo e Lam, criminosos violentos mas ao mesmo tempo todos homens de honra, os protagonistas de Johnny Mak são retratados como mortos de fome deslumbrados com a vida na cidade grande e que agem com verdadeiros animais para conseguir um pouco daquilo. Os policiais também não são poupados, aparecem como figuras sádicas que respondem na mesma moeda, até mesmo fuzilando inocentes sem remorso para aniquilar os criminosos. Exato, o pessimismo em torno da trama é tão grande que em nenhum momento o diretor nos dá esperança de que alguém possa sair ileso daquilo.
E tudo se confirma no clássico desfecho, filmado na antiga Kowloon Walled City, um histórico abrigo militar que depois da 2ª Guerra foi invadido e se tornou uma imensa favela subterrânea, recortada por uma série de becos e dutos (e que foi demolida poucos anos depois das filmagens, hoje há um parque no lugar). Ali o grupo, chamado de a "Gangue do O", é caçado brutalmente pela polícia no claustrofóbico labirinto e encontra seu destino final, onde o diretor, sem o menor pingo de sutileza, mostra que seus protagonistas não são muito diferentes de ratos e, como tais, são exterminados como uma praga.
Mesmo sem o cuidado visual, a abordagem romântica e os complexos tiroteios do heroic bloodshed, The Long Arm of the Law foi o pioneiro a utilizar temas clássicos de lealdade e fraternidade difundidos pela obra de Chang Cheh (em especial no ciclo conhecido como Blood Brothers) num cenário contemporâneo, e seu sucesso provou que o estilo poderia ser incrivelmente popular, se consolidando em 1986 com Alvo Duplo, de John Woo, fita que abriu oficialmente o ciclo. Assim, com a corrida por mais produções na mesma linha, o próprio The Long Arm of the Law se tornou uma franquia, com três continuações, a primeira inclusive lançada no Brasil como Braços da Lei. |
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