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| ::Poltrona R:: |
| Shorinji Kenpo |
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Título(s) Alternativo(s): The Killing Machine, Shaolin Karate
Título Nacional:
Direção: Norifumi Suzuki
Elenco: Sonny Chiba, Yutaka Nakajima, Asao Koike, Kei Sato, Sue Shiomi
Ano: 1975
País: Japão
Duração: 87 min
Sinopse: Com o final da 2ª Guerra Mundial, oficial japonês mestre nas artes marciais de Shaolin retorna ao seu país e encontra um cenário de caos e miséria, com as cidades tomadas por gângsters. |
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Ah, como é bacana finalmente escrever sobre um filme estrelado pelo grande Sonny Chiba. É a primeira chance que temos aqui no site de mostrar que Chiba é muito mais do que aquele simpático senhor que forja a espada para Uma Thurman em Kill Bill. Conte nos dedos quantos astros do cinema de ação têm ou tiveram carisma suficiente para, com apenas uma expressão, mostrar pra todos os bandidos em cena que ele limparia o chão com todos eles sem o menor esforço. Charles Bronson, Steve McQueen, Clint Eastwood, Bruce Lee...são realmente muito poucos e Chiba com certeza está muito próximo deles.
Apesar de ter feito grande parte de sua fama no ocidente em cima da trilogia Street Fighter, talvez seja no filme de hoje, Shorinji Kenpo, em que Chiba tenha mais liberdade para mostrar do que é feito. A exemplo da trilogia sobre o mestre do Karatê Kyokushin, Mas Oyama, Sonny Chiba encarna aqui outro grande mestre das artes marciais, Doshin Soh, o criador do estilo que dá nome ao filme.
A história é extremamente romanceada e mostra Soh como um espião japonês na China dominada durante a 2ª Guerra Mundial, onde aprende vários estilos de kung-fu no Templo de Shaolin. Com a derrota do Japão, ele retorna para casa e encontra seu país totalmente destruído, com seus colegas humilhados por estrangeiros e grande parte da população passando fome. Neste cenário ele passa a tomar conta de um grupo de órfãos, que eventualmente acaba roubando comida de mafiosos que passam a controlar o mercado, colocando Soh em rota de colisão com as autoridades. Forçado a fugir, ele reconstrói sua vida como professor de artes marciais ao abrir um dojo, mas logo se vê envolvido em um conflito com o crime organizado.
Olhando para o parágrafo acima, podemos ver que seria um ótimo material para um diretor como Kinji Fukasaku realizar um grande filme de artes marciais recheado de críticas sociais, com uma mensagem forte, mas (in)felizmente nas mãos de Norifumi Suzuki, um notório mestre do exploitaition, o filme não encontra um rumo específico. Por vezes o filme se torna uma história amarga sobre o fim da guerra e o domínio estrangeiro (algo que Nascido para Vencer, de Jet Li, explorou no contexto chinês), muda para um forçado drama lacrimoso sobre um romance mal resolvido entre Chiba e Yutaka Nakajima (garota que ele salva de um estupro e que depois resolve se prostituir) e logo se perde entre várias histórias paralelas dos muitos personagens coadjuvantes. E justamente por ter vários rumos, o filme dê chance para que Chiba consiga brilhar tanto, já que cabe a ele (e somente ele) segurar tudo isso em algo que prenda a atenção do espectador.
Como um típico herói de filme de artes marciais japonês, Chiba encontra confusão em todas as partes, tudo é pretexto para que ele faça cara de malvado, solte frases de efeito e dê porrada sem dó em um monte de vagabundos utilizando seu "karatê esquisito". O realismo empregado pelo astro, que torna as lutas mais brutas e diretas, agrada principalmente àqueles que não curtem os longos e intricados duelos dos filmes de kung-fu chineses, especialmente quando o eterno Street Fighter vai logo ao assunto e começa a quebrar ossos. E dentro desse universo tão doce, não posso deixar também de comentar a cena mais famosa da fita, quando Soh resolve castrar um estuprador com uma tesoura e dá os restos para o cachorro comer, em um verdadeiro toque de classe do mestre Suzuki.
Ainda que com muitas falhas, Shorinji Kenpo é uma boa maneira de começar a conhecer os filmes de Sonny Chiba, já que muito do que ele sabe fazer está ali e, que ainda que tenha lá seu pé na apelação, ainda é mais contido e se mantém mais moderno que outros de seus filmes, incluindo alguns de seus mais famosos como os da própria série Street Fighter. |
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