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::Cine-Apelação::
Ta Pedhia tou Dhiavolou
Título(s) Alternativo(s): Island of Death, Devils in Mykonos, Island of Perversion
Título Nacional: A Ilha da Morte
Direção: Nico Mastorakis
Elenco: Robert Behling, Jane Ryall, Jessica Dublin, Nico Mastorakis
Ano: 1975
País: Grécia
Duração: 110 min
Sinopse: Casal apaixonado desembarca na paradisíaca ilha grega de Mykonos. Não demora muito para que os dois pombinhos se revelem irmãos incestuosos e perigosos maníacos assassinos deixando um rastro de barbárie e morte pelas redondezas.
Comentário
Entusiasmado pelo enorme sucesso de O Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper, o grego Nico Mastorakis percebeu de imediato como poderia descolar uma graninha fácil. O lance era realizar um filme que chocasse apenas pelo simples prazer de chocar, uma obra que levasse o cinema exploitation aos seus últimos limites quebrando todos os tabus possíveis (homossexualismo, incesto, lesbianismo, zoofilia, urolagmia). A infalível idéia de Mastorakis teve porém resultados um pouco diferentes do planejado como veremos a seguir.

Filmado com a bagatela de trinta mil dólares e abençoado pelas belas paisagens gregas, A Ilha da Morte jamais alcança seu intento de chocar o espectador como gostaria Mastorakis. Consegue no máximo arrancar boas gargalhadas com cenas que deveriam provocar tensão como aquela em que o casal Christopher e Celia obrigam um pintor a tomar quase um balde inteiro de tinta e depois ainda pregam as mãos do infeliz no chão. Descobrimos que o que move esse impulso homicida dos inseparáveis maninhos é uma cruzada moral numa busca por aqueles que sejam inocentes e puros, como se eles próprios fossem exemplos de pessoas que batem bem da cabeça.

O maluquete Christopher (Robert Behling) pode muito bem fazer sexo com um filhotinho de cabra sem qualquer crise na sua consciência, todavia pobres dos adúlteros e homossexuais que tiverem o azar de cruzarem seu caminho. Por sua vez a gracinha Celia (Jane Ryall) de início se mostra tão xarope quanto o seu irmão mas aos poucos vai se cansando de toda aquela violência colocando dessa forma em perigo a harmonia entre os dois amorais.

Episódico em toda sua estrutura o filme vai acumulando mais e mais vítimas sem muito interesse para quem assiste além de se imaginar qual será a próxima sandice proporcionada pelo roteiro - outro momento impagável é quando Christopher transa com uma mulher mais velha dando a ela o tratamanto especial do "chuveiro dourado" (se é que você me entende) para logo depois encher a coitada de bofetadas. Uma trama paralela envolvendo um detetive negro na pista do casal não chega a ser totalmente desenvolvida e acaba por terminar na sequência mais amadora e risível do filme.

O pau-pra-toda-obra Nico Mastorakis não só dirigiu, roteirizou, produziu e colaborou na cinematografia de A Ilha da Morte, como ainda atuou (muito mal por sinal) no papel do escritor interessado nas mortes ocorridas na ilha e também compôs as horríveis canções ripongas que aparecem durante o filme. O cineasta teve a decência de nunca esconder que realizou sua obra apenas para ganhar dinheiro para alavancar sua carreira. A Ilha da Morte chegou a sair em video no Brasil pela extinta distribuidora Transvideo que também lançou no mercado nacional outros filmes bem interessantes de Mastorakis como A Próxima Dimensão, Visão Fatal, Zero Boys e O Sopro do Demônio. Nenhum deles entretanto se mostrou tão divertido, absurdo e sem noção quanto A Ilha da Morte e seu gratuito festival de violência.
Leandro Caraça
23/02/2005
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