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::Bye Bye Brazil::
Fuk Fuk À Brasileira
Título(s) Alternativo(s):
Título Nacional: Fuk Fuk à Brasileira
Direção: J.A. Nunes (Jean Garret)
Elenco: Andrea Pucci, Chumbinho, Bianchina Della Costa
Ano: 1986
País: Brasil
Duração: 80 min
Sinopse: Siri, um anão negro, feio, semi-analfabeto, mudo (mas dotado de telepatia) é adotado por um casal com certa queda por orgias. Um dia a esposa se recusa a lubrificar seu ânus com margarina (só aceita manteiga), então o marido tenta sodomizar Siri, que escapa pela privada e vai viver uma verdadeira odisséia, com direito a lusitanos pan-sexuais, naves de formato fálico e um isopor térmico cheio de vibradores para satisfação auto-erótica.
Comentário
Vou tentar conscientizar o leitor de meu entrave enquanto articulista: o que se pode comentar de um filme como Fuk Fuk à Brasileira? Citemos uma cena: passando por dificuldades financeiras, o anão Siri tenta vender alguns ítens de sua coleção de vibradores numa praia. Como Siri é mudo, ele explicita o que está vendendo através de cartazes recheados de impropérios. Um provinciano, ao ver tais cartazes, pergunta ao seu burro se por acaso ele não gostaria de comprar um dos roliços objetos "pra fazer uma sacanagem da boa". Não obstante, o burro responde "ah não, ainda estou dolorido de ontem a noite".

Obviamente não se trata de um filme para todos os gostos. Os não-familiarizados com esse tipo de cinema (as pornochanchadas que realmente levam seu prefixo à sério) com certeza irão estranhar (senão se abalar) com o estilo que filmes como esse ou No Calor do Buraco (cujo plano inicial era a de um homem - interpretado pelo próprio diretor do filme, o excepcional Sady Baby, famoso no ano passado por afirmar que cafetinou a Felina/Big Brother argentina Antonella - copulando, explicitamente, com uma árvore). Mas quem deixar o bom senso (bem) longe irá se divertir com esse verdadeiro clássico do cinema hiper-underground brasileiro.

Apesar de teoricamente um filme pornográfico servir como obra de excitação sexual através de cenas de cópulas explícitas, a única característica que faz de Fuk Fuk à Brasileira um filme pornográfico são suas cenas de sexo explícito, já que as piadas incessantes que permeiam o filme impedirão qualquer espectador de manter uma ereção. E bota piada nisso: desde o começo até sua conclusão, o filme não pára de destilar seu humor à toilet. Em menos de 10 minutos vemos um anão-cafetão contar (telepaticamente) a história de sua vida, quase estuprado por seu pai adotivo, descendo pela privada, chegando ao esgoto, recebendo um jato de urina de um mendigo bêbado e sendo confundido com um "frango de macumba" ao sair correndo nu pela rua...

E o filme mantém esse ritmo, mostrando que Siri, o anão, depois de passar algumas desventuras nas ruas, numa pensão de um português bissexual, em um bordel e na casa de um pederasta típico de pornochanchadas, encontra finalmente a felicidade na brilhante conclusão do filme. Uma raça alienígena (que viaja numa nave que tem o formato de um pênis) ejacula no pequenino protagonista e ele descobre que essa "porra intergalática" é um poderoso afrodisíaco, passando então a vendê-la "aos broxas de todo o mundo", como ele mesmo diz na narração do filme.

Uma curiosidade: Jean Garret, conhecido (e talentoso) cineasta português radicado no Brasil, famoso por seus filmes eróticos (como o ótimo Gozo Alucinante), foi o diretor dessa singular obra, porém mantendo-se oculto por pseudônimo.
Diogenes L. Cesar
21/02/2005
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