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::Galeria do Terror:: |
Yokai Hunta Hiruko |
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Título(s) Alternativo(s): Hiruko - The Goblin
Título Nacional: Direção: Shinya Tsukamoto Elenco: Kenji Sawada, Masaki Kudou, Hideo Murota, Naoto Takenaka Ano: 1990 País: Japão Duração: 89 min Sinopse: Um arqueologista e sua aluna são atacados por uma estranha criatura ao investigarem uma antiga câmara subterrânea construída embaixo da escola. Para solucionar o desaparecimento deles, o cunhado e o filho desse arqueologista se unem numa caçada aos malignos yokai que agora infestam o local. |
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Depois de despontar no cenário independente com Tetsuo the Iron Man, Shinya Tsukamoto precisava mostrar que também seria capaz de encarar uma produção mais cara e mainstream. Este Hiruko the Goblin (baseado num mangá de Daijiro Moroboshi) e Gemini, feito em 1999, foram os únicos filmes onde Tsukamoto trabalhou como diretor contratado, só que enquanto o filme posterior trazia o cineasta em plena forma, Hiruko é sem sombra de dúvida a sua obra mais leve e por assim ser, mais comercial.
O filme se resume na busca dos protagonistas pelos desaparecidos e na destruição dos monstros que foram libertados de sua prisão milenar. Antes de prosseguir, melhor explicar que essas criaturazinhas não tem nada a ver com o goblin (duende) do título em inglês. Na tentativa de aproximar os mitos do folclore japonês com as crenças ocidentais, o tradutor apenas se esqueceu de que o filme apresenta na verdade exemplares de yokai - demônios de vários tipos e formas oriundos dos contos nipônicos que adoram atazanar os seres humanos, e que por muitas vezes foram tema no cinema fantástico de lá. Podemos destacar a trilogia Yokai Hunter feita na década de sessenta, e como exemplo mais recente, a aventura Sakuya Yokaiden (2000) que traz a participação especial do nosso amigo Shinya Tsukamoto como ator.
Pela primeira e única vez na sua carreira o diretor carregou no tom humorístico de um filme, sem se preocupar muito com a construção de personagens. Os pretensos matadores de yokai usam uma bicicleta para escapar deles e tem no arsenal armas peculiares como um spray capaz de espantar os monstrinhos. O chamado novo horror japonês ainda não havia surgido em 1990, por isso alguns diretores faziam a lição de casa xerocando as produções americanas. Se Kiyoshi Kurosawa (Cure, Charisma) fez Sweet Home nos moldes de Poltergeist e com efeitos especiais de Dick Smith (O Exorcista, Scanners), Tsukamoto buscou inspiração em A Morte do Demônio e O Enigma do Outro Mundo em Hiruko the Goblin. Para a confecção dos pequenos demônios, foi acionado o maluco Screaming Mad George (A Noiva do Re-Animator) e mesmo com o orçamento apertado, o seu trabalho foi muito bem realizado. Lembram-se da medonha cabeça com pernas de aranha do clássico filme de John Carpenter ? Bem, aqui nós temos dezenas. E elas até voam !
As cenas filmadas em lugares escuros são outro grande diferencial do filme. Basicamente elas lembram os jogos de computador estilo Alone in the Dark e são tudo o que o Uwe Boll quer fazer na vida. De vez em quando Shinya Tsukamoto resolve encorporar Sam Raimi acionando a câmera para sair desenfreada pelos corredores do colégio. Apesar de todas as suas qualidades, o filme peca por um desfecho pouco impactante e carregado de uma certa pieguice que acaba enfraquecendo o resultado final. Hiruko the Goblin não obteve grande sucesso nas bilheterias mas confirmou o potencial de Tsukamoto, que fez em seguida a sequência de Tetsuo the Iron Man e aos poucos foi escrevendo seu nome dentro do cenário mundial.
Hiruko the Goblin é recomendado apenas para os que já conhecem o cinema de Tsukamoto. Para aqueles não iniciados recomendo correr atrás de qualquer Tetsuo (de preferência o primeiro) ou Tóquio Porrada, o filme que inspirou Clube da Luta do superestimado David Fincher. |
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Leandro Caraça |
01/04/2005 |
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