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::Galeria do Terror:: |
Don't Look Now |
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Título(s) Alternativo(s):
Título Nacional: Inverno de Sangue em Veneza Direção: Nicolas Roeg Elenco: Julie Christie, Donald Sutherland, Hilary Mason, Clelia Matania Ano: 1973 País: Itália/Inglaterra Duração: 110 min Sinopse: Arquiteto trabalha na restauração de uma igreja em Veneza, enquanto se recupera, junto com a esposa, da morte de sua filha. Entretanto, o encontro com duas irmãs videntes e uma série de misteriosos assassinatos irá mudar suas vidas para sempre. |
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Inverno de Sangue em Veneza mostra todos os atributos de Nicolas Roeg (diretor de fotografia para cineastas como François Truffaut, Roger Corman e David Lean), um artista visual mestre na poesia imagética, neste que é seu terceiro longa e uma de suas obras mais festejadas.
Após a brilhante - e triste – introdução, onde vemos um casal perdendo a filha em um acidente doméstico, somos levados a uma Veneza ao mesmo tempo apaixonante e repulsiva; enquanto a bela arquitetura histórica nos envolve, somos tomados por um clima claustrofóbico quando vemos os protagonistas espremidos entre as passagens escuras e canais apertados da cidade. Roeg também cerca o filme de imagens simbólicas, que vão dando pistas do que está por acontecer, mas que dificilmente possibilitam ao espectador descobrir o desfecho do filme antes de sua conclusão.
John e Laura Baxter, vividos por Donald Sutherland e Julie Christie, ainda não recuperados da morte da filha – sobretudo a mulher – têm sua relação abalada quando ela conhece duas irmãs em um restaurante. Uma delas, cega, diz ter visto a filha falecida do casal ao lado deles, na mesa. O marido, cético, não acredita nas mulheres, e passa a entrar em conflito com a esposa, quando esta fica obcecada em estabelecer contato com a filha através das irmãs.
A trama vai se desenrolando à medida que John começa a ter premonições, principalmente quando ele vê um vulto de uma pessoa com uma capa vermelha – a roupa que sua filha usava quando morreu – correndo pelas vielas de Veneza. No ápice do filme, com o arquiteto perseguindo a figura, temos o inesperado desfecho, quando todas as peças do quebra cabeças imagético de Roeg se juntam.
Um dos elementos técnicos mais impressionantes da película é a edição. O filme foi montado de maneira incomum, intercalando lapsos temporais, por vezes sincrônicos, por vezes não. Algumas das passagens onde esse efeito causa maior impacto são a da morte da filha na já citada abertura, e na cena em que o casal faz sexo, quando as imagens de carícias se alternam com imagens dos dois já se vestindo para sair, após a relação. Com certeza, obra de um poeta da imagem em movimento. Mas talvez o maior mérito deste filme, tenha sido conseguir juntar de maneira coesa os gêneros drama e terror, combinando o elemento do sobrenatural com a figura do assassino em série, peças genuínas na definição deste gênero que todos adoramos, o terror. |
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Fábio S. Ribeiro |
25/02/2005 |
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