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::Cine-Apelação::
Hei tai yang Nanjing da tu sha/Black Sun: The Nanking Massacre
Título(s) Alternativo(s): Men Behind the Sun 4
Título Nacional:
Direção: T. F. Mou (Tun Fei Mou)
Elenco: Cheung Leung, Poon Wing, Hung Siu Tin, Geung Man Ting, Siu Wa
Ano: 1995
País: Hong Kong
Duração: 91 min
Sinopse: Chineses sofrem atrocidades durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial.
Comentário
Ofuscado pelas barbaridades cometidas pelos nazistas durante o holocausto, o mundo ocidental praticamente ignora até os dias atuais a barbárie do exército japonês na invasão à China durante a Segunda Grande Guerra. A série de filmes Men Behind the Sun, produzida em Hong Kong, tenta fazer justiça ao sofrimento do povo chinês naquele período. Nesta quarta incursão da série (cujas partes 2 e 3 não passaram de tentativas para lucrar na esteira do primeiro filme, financiadas pelos coreanos e dirigidas pelo picareta Godfrey Ho), o cineasta taiwanês Tun Fei Mou retorna àquela que pode ser considerada a real continuação de Campo de Bactérias 731: A Maldade Humana (disponível em vídeo no Brasil). Mas enquanto no primeiro filme a história girava em torno das experiências realizadas pelos japoneses num campo de concentração na Manchúria, Black Sun mostra o que aconteceu durante a invasão da cidade de Nanquim, em 1937.

O filme conta diversas histórias simultâneas envolvendo moradores locais e membros do exército nipônico. A principal delas gira em torno de uma família destruída com a chegada dos japoneses. Os soldados invadem sua casa e somente um tio e um casal de sobrinhos conseguem fugir. Enquanto isso, os oficiais japoneses disseminam a barbárie em seus subordinados, instituindo uma competição entre as divisões para ver qual delas mata mais chineses. Com o objetivo de “acalmar” os soldados japoneses, eles também incentivam práticas como pilhagens, estupros, espancamento e mutilações.

T. F. Mou não nos poupa de imagens revoltantes, que embora não sejam tão extremas quanto as do primeiro filme – onde se chegou a utilizar um cadáver real de uma criança em uma cena de autópsia – cumprem o papel de chocar o público, reafirmando o que muitos já sabem: guerra não é brincadeira. A passagem mais grotesca aqui, com certeza, é aquela em que um soldado japonês arranca um feto da barriga da mãe com uma baioneta.

Uma das particularidades do filme é a dramatização dos acontecimentos, reforçada pelo tom documental impregnado na narrativa. Apesar de menos sombrio que o original, aqui a credibilidade dos fatos encenados é embasada pelo uso em maior quantidade de fotos e vídeos reais da época, com imagens de decapitações, vítimas de estupros, pilhas de cadáveres, etc, além de apresentação dados estatísticos durante os acontecimentos (datas, número de mortos).

A fusão de metáforas com imagens fortes é uma das peculiaridades do cineasta. Numa das mais impactantes cenas, vemos milhares de corpos sendo consumidos pelas chamas às margens de um rio. As chamas tomam os céus como se fossem o lamento de um povo massacrado, ou os espíritos dos mortos ascendendo, numa passagem grandiosa e assustadora que denuncia a tentativa de ocultação do assassinato de mulheres, crianças e inválidos durante a ocupação.

Segundo T. F. Mous, Black Sun: The Nanking Massacre é o segundo ato de uma trilogia inacabada. O último episódio (oficial), já está sendo elaborado, mas não é possível prever se ele chegará a ver a luz do dia, tendo em vista que o cineasta está na lista negra de muitos produtores asiáticos, tal a polêmica gerada pelo tema. Certamente não é um filme para os mais sensíveis, mas obrigatório para aqueles que desejam conhecer mais a fundo o lado sombrio da natureza humana.
Fábio S. Ribeiro
09/03/2005
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